António Pereira tem 37 anos e é natural da freguesia de
Alfena, situada no concelho de Valongo. Pratica marcha atlética e já conta com
16 internacionalizações, entre elas 4 Taças da Europa, 5 Taças do Mundo, 2 Campeonatos da Europa, 2 Campeonatos do Mundo e 1 Jogos Olímpicos.
Toni, como é tratado entre amigos, começou a praticar
atletismo aos 8 anos no Atlético Clube Alfenense a convite de um amigo de
escola e pela mão do treinador José Magalhães. Aos 12 anos, o atleta iniciou-se
na marcha mas não a 100%, continuando a correr em meio-fundo.
Não se recorda da sua primeira competição mas lembra-se da
sua primeira vitória em campeonatos nacionais: em 1993, sagrou-se Campeão
Nacional de Marcha em estrada no escalão de sub-23. Na mesma temporada, viria
ainda a conquistar o título de Campeão Nacional de Pista.
Em 2002, representou Portugal pela primeira vez ao
participar na Taça do Mundo de Marcha disputada em Turim, Itália. Desabafou “é
uma sensação única” quando lhe questionamos o que se sente ao transportar a camisola
da Seleção Nacional.
AP: Sem dúvida que o meu melhor momento foi a presença nos Jogos
Olímpicos de Pequim 2008. Já o pior foi ter conseguido os mínimos A para o
Campeonato do Mundo de Daegu 2011 e ficar de fora da convocatória, sem motivos
aparentes.
ARLVG: Tu já passaste por grandes clubes em Portugal e neste
momento estás num clube quase sem dimensão, onde és o único atleta. O que te
levou até aí?
AP: A minha opção foi escolher um clube da terra onde resido
porque sou muito acarinhado pela população, pela autarquia de Baguim do Monte e
a pela empresa LIPOR.
O marchador revelou-nos que já atingiu todos os objetivos na
sua longa carreira mas que ainda está vivo e vai lutar para representar o nosso
país ao mais alto nível nos Jogos Olímpicos Rio de Janeiro 2016. Ainda assim,
fez questão de acrescentar que isto só será possível se existirem apoios para
dar continuidade ao trabalho e, claro, se lhe derem essa oportunidade. Após
2016, António Pereira assume que poderá deixar de competir mas que irá estar
para sempre ligado à modalidade e já quase assegurou esse projeto visto que já
faz parte da comitiva de juízes da Associação de Atletismo do Porto.
ARLVG: O que é o atletismo para ti?
AP: É uma modalidade “individual” que exige muitos
sacrifícios mas onde encontrei uma segunda família que me tem dado imensas
alegrias e apoio.
ARLVG: No teu ponto de vista, como está o atletismo em
Portugal?
AP: No meu ver, o atletismo está a perder qualidade, em quase
todas as disciplinas, porque não aparecem jovens com valor e formação para
colmatar o abandono inevitável dos mais velhos. É preciso motivar os jovens
para a prática do atletismo.
Por fim, após a nossa última intervenção, Toni disse não ter
opinião formada quanto à hegemonia dos clubes do sul mas salientou que Portugal
tem de se mentalizar que deve oferecer mais apoios aos atletas e não centrar
todas as condições numa só região do país.
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